Greenwashing: O que é e porque é ruim para todos

Imagine que você decidiu comprar ações de uma empresa, e para isso, abriu sua conta em uma corretora ou conversou com o gestor de fundos do seu banco, pesquisou o mercado, ficou atento às notícias sobre o setor, e selecionou algumas empresas que apresentam um bom potencial de resultado. Em seguida, filtrou essas empresas para selecionar as que utilizam as melhores técnicas de gestão, ou seja, as que demonstram as melhores práticas de governança corporativa, incluindo boas práticas de ESG, afinal, vivemos em uma era que as ações que respeitam critérios de sustentabilidade são cada vez mais importantes. Basta ver as notícias sobre os climas extremos no hemisfério norte.

Então, você filtra as melhores empresas e investe seu dinheiro. Logo depois, descobre que tudo que a empresa falou sobre as boas práticas de sustentabilidade não eram reais, e tudo que foi publicado sobre as ações para mitigar os efeitos que ela produz sobre o meio ambiente eram falsas, ou exageradas. Mas de que tipo de ações estamos falando?

Vamos pegar como exemplo algumas das práticas que o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3) lista para que as empresas comprovem suas ações voltadas ao meio ambiente. O objetivo do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas selecionadas pelo seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial, apoiando os investidores na tomada de decisão de investimento e induzindo as empresas a adotarem as melhores práticas de sustentabilidade, uma vez que as práticas ESG (Ambiental, Social e de Governança Corporativa, na sigla em inglês) contribuem para a perenidade dos negócios. Em um dos seus indicadores, é perguntado o seguinte: “Como a companhia efetua a gestão das emissões atmosféricas oriundas de fontes fixas em seus processos produtivos?”

Dentro dessa questão, ela apresenta várias alternativas que a empresa pode assinalar, dizendo o que ela faz, ou justificando uma prática diferente, adotando o princípio do “pratique ou explique”, que é um dos pontos mais interessantes do processo de avaliação. Pode ser que a empresa faça algo diferente do que a B3 imagina, e isso serve para aprimorar os processos com a informação de práticas que podem ser melhores que as atuais.

Dentro desse indicador, o ISE pede que a empresa marque e justifique se executa as seguintes práticas:

a) Realiza monitoramento e estabelece controle operacional em todas as fontes fixas com emissões significativas

b) Realiza, periodicamente, o monitoramento da qualidade do ar na área de influência das fontes fixas de poluição

c) Possui um programa formalmente estabelecido, com recursos, cronograma, metas específicas e responsabilidades definidas, voltado ao aprimoramento dos processos e melhorias tecnológicas que visam a redução das emissões nas respectivas fontes

d) Nenhuma das anteriores (é uma prática inexistente na companhia)

e) Não se aplica

O pessoal do ISE espera que a empresa que faz essa gestão indique como ela atende essa questão, marcando cada uma das alternativas que se aplicam e apresentando documento compatível com as alternativas assinaladas, descrevendo as práticas, sua abrangência e resultados mensuráveis. Para a alternativa ‘e’, ela exige a apresentação de uma declaração assinada pelo DRI da companhia, contextualizando a não aplicabilidade para o negócio.

Então, uma empresa que não possui essa prática instituída em seus processos produtivos, mas quer ser vista como uma empresa que tem boas práticas de governança e de sustentabilidade, publica em seu website que faz essa gestão, induzindo o investidor a erro. Isso é o chamado Greenwashing, prática que consiste na divulgação falsa de informações a respeito de práticas de sustentabilidade.  Também pode ocorrer quando a empresa informa informação inverídica no rótulo de seus produtos, como por exemplo, a utilização de matéria-prima isenta de manipulação genética, quando na verdade utiliza produtos geneticamente modificados.

A Consulttare possui experiência de muitos anos no acompanhamento de preenchimento e comprovação das evidências que certificam as melhores empresas do país no Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, bem como nos maiores questionários de sustentabilidade no âmbito mundial, como o CDP (Carbon Disclosure Project – www.cdp.net) e o DJSI Dow Jones Sustainability Index – https://www.spglobal.com/spdji/pt/). Venha conversar com a gente!

Os questionários completos do ISE da B3 podem ser encontrados no endereço https://iseb3.com.br/questionario-ise-b3-2022 e estão disponíveis publicamente.

O índice DJSI é uma publicação da S&P Global

O índice CDP é uma iniciativa da CDP Worldwide.