A importância da dúvida e da pergunta

Através dos anos do nosso desenvolvimento como pessoas, para nos educar, nos ensinaram e colocaram mais ênfase no conhecimento do que na ignorância.

Dedicamos muito tempo durante nossos estudos a responder perguntas a partir da informação elaborada como verdadeira e certa por aqueles que “supostamente”

sabiam mais do tema que nós e, por isso, de quem devíamos aprender. Tivemos que memorizar coisas que outros elaboraram. Se nos premiaram e ainda nos premiam, é por saber e conhecer mais que por ignorar, desconhecer ou duvidar.

Questionar, debater, relativizar e intercambiar opiniões não foi a maneira em que se desenvolviam as aulas as quais assistíamos. Por exemplo, nas aulas de história raramente nos faziam ler de forma a debater o que foi lido, pensar profundamente e questionar valores humanos dos atores, intercambiar possíveis soluções, entender o contexto de onde o feito se realizou, e além que requeriam de nós mais que memorizar uma data, pensar profundamente sobre.

Na cultura em que vivemos, poucas vezes damos crédito àquilo que não sabemos, o que está na busca ou o que vive na pergunta. A ignorância não teve um bom marketing na educação tradicional e no mercado atual dos negócios. A consciência na qual a humanidade viveu durante vários séculos colocou seu foco sobre a importância do saber e no conhecimento. O conhecimento foi equivalente à segurança, crescimento e sucesso na sua cultura. E, é claro que foi, mas não só o conhecimento faz crescer o ser humano, porque justamente aquele que chegou ao conhecimento começou com a ignorância. Mas, esse feito passa inadvertido para muitos.

Mas, o que acontece então com a aprendizagem? Como nós adultos fazemos para aprender coisas novas se somos premiados e reconhecidos pelo que sabemos e conhecemos? Como nós adultos podemos sair deste esquema seguro e supostamente promissor de saber para poder entrar no desconhecido e voltar a descobrir? Como começar a duvidar mais do que herdamos se o que herdamos parece correto e certo na sociedade/cultura na qual nos movemos? Se o caminho do descobrimento de algo novo, de uma nova criação ou capacidade de expandir nossos limites, está enraizado na dúvida, em questionar ou perguntarmos sobre os paradigmas atuais… Porque seguimos tão aferrados ao conhecido? Porque continuamos repetindo no âmbito social/humano padrões de comportamento e costumes que não nos dão o que buscamos?